Morre Anita Novinsky, uma das maiores pesquisadoras da história judaica no Brasil

brasil Morre Anita Novinsky, uma das maiores pesquisadoras da história judaica no Brasil Acadêmica da USP, Anita tinha 98 anos e escreveu obras como "Cristãos-novos na Bahia" Da Redaçãoredacao@correio24horas.com.br 21.07.2021, 00:05:54 Atualizado: 21.07.2021, 00:22:44 Morre Anita Novinsky, uma das maiores pesquisadoras da história judaica no Brasil (Divulgação/USP) Em momentos como o que vivemos, o jornalismo sério ganha ainda mais relevância. Precisamos um do outro para atravessar essa tempestade. Se puder, apoie nosso trabalho e assine o Jornal Correio por apenas R$ 5,94/mês. Morreu nesta terça-feira (20) a historiadora e professora do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP) Anita Novinsky. Ela é considerada uma das mais renomadas pesquisadoras da história judaica no Brasil, com obras sobre a inquisição portuguesa no Brasil, os costumes dos cripto-judeus e o renascimento da consciência judaica no Brasil. A morte foi confirmada pelo professor Daniel Strum, também do Departamento de História da USP, que fez o anúncio nas redes sociais. "É com muito pesar que informamos o falecimento da historiadora e professora Anita Novinsky ז״ל, emérita da FFLCH, na tarde do dia 20 de julho de 2021. A trajetória intelectual e profissional da professora foi marcada pela crítica à intolerância religiosa e pela defesa incondicional da liberdade de expressão. O Departamento de História se solidariza com os familiares, discípulos, amigos e colegas da comunidade universitária brasileira e internacional. PUBLICIDADE Diversas entidades judaicas lamentaram a morte da professora, que nasceu na Polônia e imigrou com os pais para o Brasil quando tinha apenas 1 ano. A Confederação Israelita do Brasil (CONIB), definiu Anita de "acadêmica respeitada tanto no País como internacionalmente por sua extensa obra sobre a presença judaica no Brasil desde a chegada dos portugueses". A professora é autora de importantes obras sobre a presença judaica no país, entre elas "Cristãos-novos na Bahia", obra em que destaca a dimensão social dos cristãos novos na sociedade baiana do século XVII. A obra foi citada recentemente em reportagem do Correio, que contou a história de descendentes de Ipirá, que acharam documentos que confirmavam parentesco com um antepassado judeu na Bahia. Leia mais: Família encontra antepassado judeu na Bahia e recebe cidadania portuguesa Os estudos de Anita sobre a Bahia estimaram que 10% a 20% da população branca de Salvador na metade do século XVII era formada por judeus, que também viveram no Recôncavo, entorno de Feira de Santana e Sul da Bahia, como Ilhéus, Itabuna e Porto Seguro. Veja a íntegra da nota divulgada pelo CONIB sobre a morte de Anita Novisnky. "Faleceu hoje, aos 98 anos, a historiadora Anita Novinsky, acadêmica respeitada tanto no País como internacionalmente por sua extensa obra sobre a presença judaica no Brasil desde a chegada dos portugueses. “A professora Anita Novinsky deu luz a um conhecimento adormecido e resgatou raízes significativas dentro da história do Brasil, configurando a contribuição judaica desde a chegada das caravelas portuguesas. Não fosse por ela, grande parte deste universo ainda estaria adormecido. Ela não só pesquisou, como orientou trabalhos seminais que dão brilho à história judaica brasileira. Um orgulho da nossa comunidade”, disse o presidente da Conib, Claudio Lottenberg." O ex-presidente da Câmara dos deputados e ex-ministro Aldo Rebelo também lamentou a morte de Anita. “O Brasil lamenta a perda de Anita Novinsky, historiadora dos cristãos novos no Brasil e defensora do legado dos Bandeirantes na construção nacional. Anita Novinsky concebeu o museu da tolerância e sonhava com um filme sobre a história dos Bandeirantes.” Relacionadas